
Uma das principais exigências da Prefeitura para a construção de novas calçadas em São Paulo diz respeito ao material que será utilizado. O decreto assinado pelo então prefeito José Serra, em maio de 2005, autoriza apenas quatro tipos de piso.

O sistema construtivo de cada um deles é diferente, mas no fim das contas o preço pago pelo metro quadrado de cada um é praticamente o mesmo, dizem os especialistas. “Os materiais são diferentes, mas quando se conta tudo que é usado, eles se equivalem”, compara Paulo Grossi, gerente da regional de São Paulo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Dos materiais aprovados, o mais comum e líder na preferência dos moradores é o concreto moldado no local. Sua aplicação é bastante simples e relativamente difundida entre os profissionais. “Com uma obra em andamento, por exemplo, é possível usar a própria mão-de-obra que já está empregada para se fazer a calçada”, recomenda Grossi.
Os pedreiros também estão habilitados a fazer a aplicação dos ladrilhos hidráulicos, o segundo tipo de piso permitido. “As peças precisam ser compradas nas lojas de material para construção e são colocadas da mesma forma que um piso para cozinha ou banheiro”, indica o especialista da ABCP.

Para vizinhanças com casas de arquitetura histórica, que remetem às décadas em que São Paulo era uma cidade com poucos prédios, os ladrilhos também são recomendados. “Ele é um piso mais tradicional, que serve para áreas de casarões. É preferido, também, por quem deseja fazer desenhos nas calçadas, isso é muito comum”, complementa José Renato Melhem, diretor do programa Passeio Livre, da Prefeitura de São Paulo.
As obras que ficam a cargo do poder municipal, como reforma do calçamento de prédios públicos, têm priorizado um tipo de revestimento chamado de piso intertravado. As peças de concreto se encaixam como se fossem um quebra-cabeça, assentados sobre uma camada de areia, sem precisar de argamassa. A grande vantagem desse tipo de pavimento é a possibilidade de fazer consertos em tubulações subterrânea sem a necessidade de quebradeira – basta desencaixar as peças, abrir o buraco e depois recolocá-las no local.

A economia futura gerada por esse sistema construtivo é elogiada pelos engenheiros e demais especialistas. “Além de evitar remendos e desgaste, os pisos intertravados também não impermeabilizam totalmente o solo. A água passa pelo vão das peças”, destaca Grossi.
O quarto tipo de piso indicado na cartilha da Prefeitura são as placas pré-moldadas de concreto. Altamente duráveis, as peças já vêm prontas da fábrica, com estampas diferentes. Os modelos mais básicos também podem ser comprados em depósitos.