Pela primeira vez, o Museu da Casa Brasileira (MCB), em São Paulo, expõe mais de 250 móveis de seu acervo, do século XVII ao XXI, agrupados de acordo com suas diferentes aplicações — dormir, sentar, rezar, guardar e servir. A mostra “A casa brasileira do MCB” ficará aberta do dia 13 de fevereiro até 30 de março.

Entre as peças em exposição, está, por exemplo, uma cama de bilros, feita de jacarandá, do século XVII. O móvel, que veio de Portugal, tem esse nome porque, nas extremidades, conta com hastes entalhadas em espiral pontiagudas, semelhantes a bilros (usados para fazer renda).

Do século XVIII, uma cômoda arcaz, no estilo D. José I, que era muito comum em sacristias e grandes casas, chama a atenção. A peça apresenta um fino trabalho de marchetaria, em madeira mais clara que a do móvel.

A campeã de audiência, por sua vez, deverá ser a cadeira sanitária, do século XIX: a estrutura é bem parecida com a de uma cadeira comum, exceto pela tampa no assento que, esconde o penico. Esse tipo de peça era usada nos quartos das casas mais abastadas até a instalação dos sistemas de esgoto.

Uma cadeira art déco é uma das representantes do século XX. Com encosto e assento estofados, tem base, braços e pernas de aço tubular vergado. Por sua resistência, o material permite que as linhas estruturais sejam diminuídas.

— E, entre as peças do século XXI, está a vencedora do prêmio de design do museu em 2006, a poltrona Diz, de Sergio Rodrigues, que consegue ser confortável sem um único estofado — conclui Giancarlo Latorraca, diretor-técnico do MCB.