Dizem que é sempre bom ter algo em casa para oferecer para as visitas. Mas e quem ainda não tem nada, como saber por onde começar? O professor Julio Cesar Bolaños Polo, do Senac Bento Gonçalves, dá sugestões de como montar um bar em casa.
O primeiro passo, é claro, é ter as bebidas. Independe de haver ou não um espaço exclusivo para guardar as garrafas, elas precisarão existir. Polo sugere que, a princípio, o home bar tenha uma garrafa de vodka, uma de conhaque, um de uísque e algumas de licores variados. Seria indicado, ainda, ter algum tipo de aguardente, como a cachaça e a graspa. A tequila pode entrar na lista também.
Bebidas
Dentre as vodkas, o professor sugere as marcas Smirnoff e Orloff. “São reconhecidas pelo mercado e têm um valor acessível, além de serem facilmente encontradas nos supermercados”, explica. Uma ressalva, porém, vem em relação às versões que já vêm com outras substâncias, como se fossem drinques prontos, como a caipira. Segundo Polo, esses agregados diminuem o teor alcoólico, e consequentemente o sabor original da bebida. “Além disso, o legal é brincar, experimentar, fazer os drinques de verdade”, continua.
Para os conhaques, as marcas sugeridas são Pedro Domecq, Osborne e Domecq Solera.
Dos uísques, o professor recomenda Johnny Walker Red Label, Natu Nobilis, William Grant e o brasileiro Passport. Das cachaças, a sugestão é a Ypióca.
Quanto aos licores, o ideal é ter de frutas e de chocolates, incluindo os refrescantes na lista, quando houver interesse em ampliar o bar. As furtas cítricas, como bergamota e laranja, costumam ter boa aceitação, assim como a menta, da classe dos refrescantes, afirma o professor, que recomenda a marca Bid.
Há, ainda, os licores à base de destilados, como o britânico Drambuie e o italiano Frangelico, e os vinhos licorosos, à exemplo dos produzidos pela Salton e pela Splendor. O Malibu, de coco, também é uma opção interessante.
Pode-se optar pelas garrafas, de um litro ou 750 mililitros, ou pelas meias garrafas, que têm esse nome por causa da capacidade, de 350 mililitros.
Armazenagem
Se houver um espaço capaz de receber o home bar, tanto melhor. Mas, se não for o caso, o professor tranquiliza que não existem cuidados especiais com as bebidas. Destilados não precisam de refrigeração, mas devem ser mantidos longe do alcance direto do sol. Os licores, por sua vez, preferencialmente vão na geladeira. Em caso de impossibilidade, procure um local de sombra e com temperatura mais baixa, entre 15 e 18 graus célsius.
Quanto ao prazo de validade, Polo diz que os destilados não sofrem tanto com a ação do tempo, mas que os licores duram uma média de quatro meses – por isso, sugere, deve-se colocar uma etiqueta na garrafa indicando a data de abertura.
Copos
Além das bebidas, é importante que o bar em casa tenha os copos indicados para cada tipo de drinque. A quantidade vai depender de quantas pessoas o anfitrião pretende ou costuma receber. Via de regra, um jogo de seis, como o das louças da cozinha, é um bom começo.
Para as bebidas de alto teor alcoólico (acima de 45%), como o uísque, o ideal são os copos de short drink, onde se costuma servir uma dose, de 50 ml, ou uma dose dupla. Esses copos são baixos e têm base grossa.
Algumas das opções de modelo da Camicado – Madison, Geometria, Baroque, Mandarim, Shetland Pr, Galassia. Os preços variam de R$ 4 a R$ 12,90
Camicado também tem kits com sete peças – na foto, modelos Trix e Fusion, ambos por R$ 159
A regra tem algumas exceções, como a tequila, com a qual se usa o copo cowboy – o popular martelinho.
Martelinhos Pinga Mandinga, da Imaginarium, trazem os pedidos Afasta Mulher Feia, Despacha Sogra, Abre Coração e Chama Dinheiro. Kit a R$ 43,90 no site.
A vodka também deve ser servida nas chamadas taças de martíni, ou taças de short drink. Elas têm a haste longa e o bojo triangular, com a boca bem aberta e a base estreita – como os vistos no seriado Sex & The City.
A taça usada para o conhaque tem o formato oposto: a base é ampla e a boca é fina. Isso faz com que o aroma da bebida fique concentrado no bojo e seja mais facilmente percebido. A haste destas taças também é mais curta.
Licores devem ser servidos em taças de pequeno porte, cuja altura é semelhante à do copo cowboy, cerca de dez centímetros de altura.
Kit de copos para licor da Camidado. De baixo para cima, modelos Belzig, Kyritz e Beelitz, com preços entre R$ 29,90 e R$ 49,90
A exceção são os licores de grande estrutura – como o Frangelico e o Malibu -, com os quais se usa uma taça de bojo ovalado e boca pequena.
Para a cerveja – que não entra no cardápio do home bar, mas não sai da carta de bebidas do brasileiro -, o copo indicado é a tulipa.
“Mas muitos hoje preferem os copos em estilo boteco”, comenta o professor. Ele lembra, também, que com a popularização das cervejas artesanais, muitos apreciadores gostam de ter os copos específicos para cada tipo – de trigo, lager, escura, etc. Sem contar os modelos “divertidos” disponíveis no mercado.
Um exemplo são as tulipas da Imaginarium: Dose Certa tem capacidade de 1,38 litro e custa R$ 59,90 no site; a Filosofia de Boteco (segunda da esquerda para direita) e a Mandinga (duas subsequentes) vêm aos pares, custam R$ 34 e R$ 34,90 e comportam 250 ml cada; a Gelada, também para um quarto de litro, tem estampa que se assemelha a marcador de temperatura e custa R$ 37,90.
A loja também tem canecos de chope. Na foto, os três primeiros têm capacidade para 400 mililitros, enquanto o último, na extrema direita, comporta 700 ml. Respectivamente, são os modelos Di Pão, Clube da Cerveja, Pra mim e pro santo, e Papo de Boteco, com preços entre R$ 29,50 e R$ 49,90.
Como servir
A primeira observação que Julio Cesar Bolaños Polo faz quanto à forma de servir as bebidas é o fato de que elas não devem ser misturadas com gelo. Embora muitos prefiram drinques on the rocks – ou seja, com pedras de gelo -, o professor explica que isso descaracteriza o sabor original da bebida.
Polo cita também a tequila, que deveria ser apreciada em três ou quatro goles, em vez de tomada de uma única vez, e sem limão ou sal. “O sal é usado para atenuar o sabor forte do álcool que a tequila tem, e o limão é para tirar o gosto de sal da boca”, esclarece.
Apesar desta recomendação, o docente ressalva que a vodka é, em geral, servida com uma azeitona ou uma cereja no copo.
O conhaque, por sua vez, deve ser flambado, pois deve ser bebido acima da temperatura ambiente. Como fazer isso? Deve-se aquecer a taça enquanto se serve o conhaque. Difícil? “Pode-se prender um vela pequena em uma metade de limão virada para baixo, então sobram duas mãos: uma para segurar a taça sobre o fogo, girando-a suavemente, e outra para derrubar a bebida”, explica o professor. E ele ainda dá a dica que, com a taça de conhaque inclinada, quando a bebida chega à borda do copo, têm-se a medida exata de 50 mililitros, ou seja, uma dose, sem que seja necessário usar dosador.
Para facilitar flambagem, loja Dona Maricota (Sorocaba, em São Paulo) tem o aquecedor de conhaque da marca Wolff.
O contrário do drinque flambado é o dry, usado para qualquer bebida servida em um copo gelado.
Sugestões de drinques
O segredo na hora de fazer drinques misturando bebidas é escolher sempre as que se homogenizem. Há três tipos de drinque: mexidos, batidos e montados.
Os montados são os preparados diretamente no copo em que serão bebidos. Inclui-se nessa categoria o dry martíni, mistura de martíni e gim, com uma azeitona, e servido em copo gelado.
Os mexidos são aqueles feitos de líquidos que se misturam facilmente, sem precisar de agitação mais violenta. Exemplos deste tipo – feito em um copo de bar, para depois ser servidos ao cliente – são a cuba livre, mistura de uísque com coca-cola, e o samba, versão brasileira da cuba em que se mistura a coca-cola com vodka ou conhaque.
Para os drinques com gelo, balde é útil. Modelos Bliss, Vino Duo e Resistenza, à venda no site da Tok&Stok custam entre R$ 97 e R$ 136,50
Os batidos são os preparados em coqueteleira, com todos os ingredientes ao mesmo tempo, e depois montados no copo. É o caso do fantasma, drinque feito com refrigerante de limão, leite condensado, gelo, e vodka ou tequila.
A Camicado dispõe de coqueteleiras de diferentes estilos. Na foto, Friends Time (580ml), Pub (600ml) e Lyon (500ml), com preços entre R$ 49 e R$ 69
Modelos de coqueteleira Resistenza, Scond e Bliss Blow, todos da Tok&Stok e com capacidade para 500 ml. Custam, na sequência, R$ 32,90, R$ 11 e R$ 27,50
Também da Tok&Stok, kit Bar Drinks tem dosador, coqueteleira, coador, pegador de gelo e mexedor; saem por R$ 99 no conjunto
A caipira também pode ser um exemplo de drinque batido, ainda que possa também ser feita como drinque mexido, quando se esmaga o um limão primeiro, acrescentando-se as quatro colheres de chá de açúcar e o gelo a gosto depois, e em seguida as duas doses da bebida. Aliás, a caipira tem um detalhe interessante: dependendo da bebida, assume um nome diferente. A caipirinha original é com aguardente, a caipiroska é de vodka, e a caipiríssima é de rum.
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