
Hoje em dia, sair às ruas a procura de um imóvel é como entrar num shopping center e encontrar várias lojas com opções bem distintas de produtos. O mercado imobiliário oferece muitas ofertas de empreendimentos, com diferentes tipos de design, arquitetura, engenharia e estilo, deixando o consumidor eufórico para escolher o que mais lhe agrada entre os diversos imóveis considerados verdadeiras obras-de-arte.
Antes de eleger o imóvel dos sonhos, é preciso preocupar-se com as pesquisas sobre localização, condições de infra-estrutura do empreendimento, construtora, imobiliária, valores, formas de pagamentos e tantos outros fatores que interferem na decisão.
Escolha feita e contrato assinado, a partir daí começa uma nova etapa para o mais novo proprietário: a pós-compra.
O período pós-compra é tão importante quanto o ato de adquirir um empreendimento e pode fazer toda a diferença para os novos proprietários de um imóvel. O termo pós-compra parece estranho quando se fala em assinar um contrato de compra de um imóvel, mas é nessa ocasião que é necessário ter atenção redobrada. Uma das maiores preocupações que o consumidor deve ter ao procurar uma imobiliária é verificar se a empresa que está lhe atendendo presta serviços de consultoria antes, durante e depois do negócio fechado.
Uma das funções da imobiliária nesta fase é informar ao comprador de um apartamento novo sobre a primeira reunião de condomínio do edifício. Alguns clientes não costumam dar importância a isso, mas é nela que muitas vezes se decide, por exemplo, a localização das vagas de garagem.
A imobiliária deve orientar sobre todos os fatores envolvidos no pós-contrato. Vários empreendimentos são entregues com o piso preparado para receber o revestimento específico — é o correto, pois cada morador tem a sua preferência, como piso frio, carpete, laminados de madeira —, essa informação deve ser cedida pela imobiliária, para que o cliente esteja ciente deste custo futuro.
Outros custos com decoração também devem ser observados, tais como: box, armários, aquecedor de passagem e luminárias. Além de despesas com a escritura, registro e outras taxas. É necessário perguntar ao corretor sobre todos esses itens, antes do recebimento das chaves.
Por falar em despesas, o financiamento talvez seja o principal ponto a ser discutido com a imobiliária. O cliente deve pedir ao corretor informações de todo o processo e certificar-se sobre os procedimentos de uso do FGTS.
Para a utilização do FGTS, o comprador não pode ser proprietário de outro imóvel, e tem de ter, no mínimo, três anos de contribuição, mesmo que seja de empresas diferentes. Os agentes financeiros exigem a comprovação de renda e que o cliente esteja dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Se a compra com financiamento for realizada diretamente com a construtora, deve-se questionar sobre o valor exato das parcelas no pós-chaves, para que haja um planejamento financeiro.
A partir da entrega das chaves as parcelas recebem um acréscimo de juros. Se o comprador tiver condições, é indicado antecipar o pagamento das parcelas durante o período das obras, pois estas são apenas corrigidas sem inclusão de juros.
Caso haja algum problema financeiro no decorrer da compra, não deve haver desespero: existem muitas saídas para se encontrar uma resolução. Basta procurar informações sobre as cessões de direitos e as renegociações antes de rescindir o contrato.
Não há porquê temer adquirir um empreendimento e pensar que pode haver um mal-estar, bastar ter consciência de que a compra do imóvel não termina na assinatura do contrato. Seguindo essas dicas, é possível tornar o sonho da casa própria uma realidade. Boas compras!
Feliciano Giachetta é diretor da FGi Negócios Imobiliários