A construção civil deve crescer 4% em 2012, registrando ritmo menor de expansão quando comparado ao ano passado, quando a elevação foi 4,8%, de acordo com dados do Sindicato da Construção (Sinduscon-SP) divulgados nesta quarta-feira, 28 de novembro. O emprego na construção deve aumentar 5,8% na comparação com o ano passado. Até outubro, o setor acumulava crescimento de 6,5% ante o mesmo período do ano passado, com 3,415 milhões de empregados.
De acordo com a entidade a previsão para este ano era um crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país, mas o desempenho do setor foi afetado pela redução dos investimentos das empresas, queda dos investimentos do setor público para a infraestrutura, baixo ritmo de contratação de moradias para a faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida e a lentidão nas concessões de licenciamentos imobiliários.
A construção civil andou razoavelmente bem em 2012, não teve o desempenho que esperávamos no começo do ano, mas a economia brasileira não teve o desempenho que todos esperavam. O número de 4% para o fechamento do ano não é um número ruim, apesar de também não ser tão bom. Este foi um ano de bastante trabalho e ajuste, disse o vice-presidente de economia do Sinduscon-SP,
Zaidan disse que em 2013 a construção civil deve crescer entre 3,5% e 4%. O Brasil precisa muito mais do que isso, precisa de infraestrutura, moradia, indústria e tudo o que a construção civil tem a oferecer. Se tivéssemos uma facilidade melhor para trabalhar seria muito bom, mas estamos inseridos na economia brasileira, que é de baixa produtividade.
O economista completou que os resultados de 2012 foram influenciados também pelo impacto da crise econômica internacional, que gerou muito pessimismo em todo o mundo. Quando há um cenário de expectativas ruins, há uma postergação das decisões de investimento, das quais a construção civil vive em função.
A coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), Ana Maria Castelo, explicou que a desaceleração no ritmo de contratação começou no início do ano. Observamos que em 2009 e 2011 houve queda no ritmo de lançamentos, o que significa menos obras que vão se iniciar. Quando avaliamos outro indicador que é o de preparação de terrenos vemos que houve de fato uma redução.
Ana Maria disse que no início de 2013 o segmento imobiliário vai crescer, mas, em ritmo menor, com tendências de aquecimento do mercado no início do segundo semestre. O que houve foi um ajuste pois houve um período em que as vendas se reduziram e com isso os lançamentos acompanharam isso. E, em 2012, as vendas acomodaram-se.
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