
A competição entre os bancos para conquistar clientes dispostos a comprometer boa parte da renda com financiamentos habitacionais dá sinais de que uma das armas para lucrar em 2007 será investir na redução do prazo para a análise de todos os documentos, avaliação do imóvel e liberação do crédito.
A tarefa de encurtar o caminho de quem precisa de empréstimo para comprar a casa própria pode ser difícil diante dos trâmites burocráticos e checagem de todos os documentos que precisam ser entregues para garantir a segurança do negócio. As tentativas dos agentes financeiros, interessados em oferecer mais vantagens para os clientes, já começam a render alguns frutos.
O esforço se concentra, basicamente, em eliminar gargalos burocráticos que podem fazer a contratação de um financiamento demorar até três meses. “Alguns bancos já estão contratando escritórios de despachantes para providenciar toda a documentação referente ao imóvel. O cliente pode se atrapalhar bastante se tiver de fazer esse levantamento”, afirma Carlos Eduardo Duarte Fleury, superintendente-geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O Itaú, por exemplo, já incluiu em seus financiamentos as despesas adicionais referentes ao Imposto de Transferência de Bens Imóveis ( ITBI) e ao registro no cartório. “Dessa forma, os recursos estarão disponíveis em até cinco dias após a assinatura do contrato”, afirma o o diretor de crédito imobiliário do banco, Luiz Antonio Rodrigues.
No HSBC, um acordo com a Gafisa facilitou as vendas das unidades de um prédio lançado no ano passado em Santo André, na região do Grande ABC. O banco financia a obra desde a construção e, assim, o comprador paga as prestações diretamente para o agente financeiro. “A procura por essa alternativa tem sido muito forte e aumenta a velocidade das vendas”, atesta Odair Senra, diretor da construtora.
Ainda focado em imóveis novos, o banco Santander Banespa concede aprovação mais rápida para os compradores que pagam em dia as prestações acertadas diretamente com as construtoras.
O Unibanco também entrou na briga e está decidido a diminuir os prazos de aprovação e liberação do crédito para quem decidiu comprar um imóvel usado. Parceria feita com o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, permite às próprias imobiliárias iniciar o processo para a concessão do empréstimo.
A expectativa dos bancos é de que a participação do financiamento imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) salte dos atuais 2% para 10% em até oito anos.