
Pela primeira vez neste ano, o crédito direcionado para a construção de imóveis atingiu o patamar de R$ 1 bilhão no Estado de São Paulo. A marca envolve contratos tanto para pessoa física quanto para empresas e foi registrado no mês de julho.
O número é mais que o dobro do volume de dinheiro emprestado no mesmo período do ano passado, quando os financiamentos somaram R$ 406,3 milhões, segundo dados do Banco Central.
Na opinião do professor da Fundação Vanzolini e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Marx, a elevação reflete o momento econômico de crescimento com alta no crédito em geral, além do aquecimento do mercado de trabalho. “Quando a economia está aquecida, o setor da construção é o primeiro a sentir esse reflexo, mas também é o primeiro que registra queda nos primeiros sinais de exaustão”, admite Marx.
As condições para concessão do crédito não sofreram alterações, analisam os especialistas do setor. O que pode ter ajudado no crescimento do volume de crédito concedido é o aumento do emprego com carteira assinada, o que facilita a comprovação de renda e a concessão do dinheiro. Só no Estado de São Paulo foram criados 698.873 postos de trabalho formais até agosto.
Outro fator que contribui para a crescente oferta de crédito destinado à construção civil é o movimento de pequenos empresários que compram terrenos e constroem casas para vender. “Eles aproveitam o mercado aquecido para construir imóveis como investimento”, diz Marx.
O total de crédito registrado em julho deste ano ficou atrás do número de julho de 2008 (R$ 1,2 bilhão). De acordo com o professor do curso de administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Adriano Gomes, há dois anos o governo deu início à política de ampliação do crédito e estimulou o consumo, o que resultou em bons indicadores econômicos.
Situação que mudou com a crise financeira mundial no fim de 2008 e voltou a se normalizar neste ano. “A economia voltou ao ciclo de retomada de crescimento apoiado pelo forte estímulo ao crédito”, explica Gomes.
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