
A expansão das ofertas de crédito imobiliário tem atraído para o mercado, entre tantos consumidores que almejam a casa própria, um perfil de comprador que até outrora pouco se via nos plantões de vendas. Com os prazos de financiamento cada vez mais longos, as prestações mais baratas e as taxas de juros menores, muitos jovens estão deixando de lado o consumo de supérfluos para investir na aquisição de um imóvel.
São, em sua maioria, homens e mulheres de 20 a 30 anos de idade, com salário superior à R$ 2 mil mensais, que sonham em deixar o convívio dos pais com a casa própria já assegurada. Aproveitam, inclusive, os gastos domésticos irrisórios para juntar recursos ainda mais rápido e, em poucos anos, pagar a entrada de uma unidade. O alvo, dizem os especialistas do setor, são imóveis compactos e bem localizados cujos preços variam entre R$ 80 mil e R$ 180 mil.
“Já existem tantas facilidades de financiamento e linhas de crédito hoje que é possível fazer bons negócios usando uma pequena entrada”, diz a gerente de locação e vendas da Lello Imóveis, Roseli Hernandes. Segundo ela, a procura é maior por imóveis novos, preferencialmente, apartamentos bem localizados e com valor de condomínio baixo. “Eles gostam de regiões próximas à vida profissional deles e que tragam conforto, sem trânsito mas perto dos lugares mais badalados.”
Marcos Crivelaro, professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), conta, entretanto, que, mesmo com cenário extremamente favorável para compra do imóvel, é preciso fazer um planejamento prévio para conseguir juntar recursos suficientes para iniciar o pagamento e evitar contratempos após o contrato. “É preciso estabelecer objetivos e cumprir as metas de economia, cortando gastos com supérfluos”, afirma o professor, que recomenda aproveitar o bom momento do mercado para realizar o sonho de forma responsável. “Muitos jovens já me procuraram perguntando sobre financiamento imobiliário. As condições estão mais atrativas do que para comprar um carro zero”, completa.