Quem está com obra em andamento ou faz pesquisa de preço para começar um projeto de alvenaria viu os preços dos produtos básicos da construção saltarem este ano. Cimento e aço são disparados os que mais encareceram desde janeiro. No entanto, a crise do mercado financeiro internacional, que está respingando na construção civil, vai ajudar o consumidor no que se refere à custo da obra, pois os produtos já apresentam uma redução do ritmo de aumento de preço.
“O efeito da crise e o anúncio de redução de lançamentos das construtoras chegaram rápido a esse segmento, antes até do que se esperava. Os preços estão estabilizando, subindo pouco diante do ritmo de alta que estávamos passando”, explica o gerente do Grupo Pini Engenharia, Bernardo Corrêa Neto.
Nos levantamento da Pini, o custo do aço é o que mais pesou no custo das obras nos últimos meses. O vergalhão teve um aumento de 48,57% para o consumidor de janeiro a outubro deste ano. “Acredito que esse produto deve custar 10% do valor de uma obra”, diz Corrêa Neto.
A segunda prévia do INCC (Índice Nacional de Preços da Construção) medido neste mês pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) também aponta a desaceleração do encarecimento dos materiais básicos para a construção. “De um mês para cá vemos os custos dos materiais subirem menos. Enquanto neste mês, o aumento foi de 1,23%, em outubro, era de 1,74%. Antes era mais de 2% ao mês de alta”, afirma Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas do Ibre (Instituto Brasileiro de Análises Econômicas), da FGV. No acumulado deste ano os produtos subiram 15,86%.
Para os especialistas, a tendência é de estabilidade de preços com a redução da demanda. No entanto, não há otimismo para acreditar em queda de preços. “O que podemos perceber é apenas uma desaceleração, mas não há previsão de redução de preço”, avalia Quadros. “Eu duvido que haja queda do valor dos produtos para o consumidor. Estamos apenas com redução de demanda, e quem elevar preço não vai vender”, afirma Corrêa Neto.