
A procura dos estudantes por unidades pequenas coincide com um comportamento observado nos últimos meses no mercado de locação como um todo. Apartamentos de um e dois dormitórios também são a preferência dos locatários em geral. Por isso, essas unidades são difíceis de encontrar, principalmente nos bairros centrais de São Paulo. A tendência com o aumento da busca no início do ano é estes imóveis ficarem ainda mais raros .
“A procura cresceu muito independentemente do universitário”, afirma o presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic), José Roberto Graiche. O movimento é explicado pelas mudanças na economia do País. “Houve crescimento da renda e a produção desses imóveis nos últimos anos foi muito pequena. O que existe não atende à demanda. Só agora as construtoras voltaram para esse nicho”, explica.
Executivos do mercado admitem que esta conjunção de fatores poderá puxar os preços para cima. “Ao longo do tempo, tem diminuído a oferta de imóveis na cidade. Isso pode gerar algum aumento, sim”, afirma José Roberto Federighi, vice-presidente de locação do Sindicato das Empresas de Habitação de São Paulo (Secovi-SP). De acordo com pesquisas da entidade, os preços têm subido cerca de 7% ao ano.
Se por um lado, para os inquilinos, esta é uma má notícia, para os investidores, o mercado de aluguéis passa a ser visto como um ramo rentável. “Não tenho dúvidas de que o mercado de locação é uma excelente opção para investimento”, afirma Federighi.
Garantia
Conforme Graiche, o presidente da Aabic, as locações feitas a estudantes vindos de outra cidade devem ter atenção especial por parte das imobiliárias e proprietários. “Normalmente, esses meninos não têm ficha cadastral, alugam em nome do pai que não é de São Paulo e oferecem um fiador que também não é da cidade. Num processo judicial, isso pode triplicar o prazo de despejo”, afirma. Por causa disso, é até comum casos de contratos recusados.
Para evitar esse tipo de transtorno, a recomendação é que o interessado contrate um seguro-fiança. O custo fica maior para o inquilino, porém pode ser uma boa ferramenta para que nenhum dos lados perca a oportunidade de fechar negócio. “Tem se utilizado muito o seguro-fiança e o proprietário fica mais seguro” Se o imóvel é mobiliado, cabem cuidados específicos no contrato para relacionar os objetos.
Quando o proprietário teme que o universitário vá colocar mais moradores do que o imóvel comporta, é possível incluir uma cláusula no contrato limitando o número de pessoas. “Ele pode especificar no contrato quem vai morar, colocando os nomes das pessoas; cabe às partes estarem de acordo”, explica Graiche.
Há ainda condomínios que limitam na convenção o número de moradores por unidade. “Se houver superlotação e bagunça, quem deve ser responsabilizado é o proprietário.”