
Rio de Janeiro – Na correria atual, espreitar à janela é um hábito presente apenas em canções e poemas. Hoje, até o espaço debaixo delas virou nicho para decoradores e arquitetos. Seja para aproveitar melhor pequenos cômodos, tirar proveito da luz natural ou conferir bossa à decoração, essa área ociosa está ganhando móveis e marcenaria. Tudo em prol da funcionalidade, como mostra a reportagem de Flávia Monteiro para o Morar Bem deste domingo.
Não à toa, esse espaço já serve de inspiração para uma linha de produtos com a assinatura do designer Fernando Jaeger. São aparadores, pequenas estantes, gaveteiros e bancos como o Sahy, em madeira maciça (cumaru). Uma necessidade do mercado, destaca a designer Regina Kato, sócia de Jaeger:
– Alguns deles são resistentes à ação do tempo, pois também podem ser usados em área externa.
Feito sob medida para uma estudante de design, um projeto concebido pelas arquitetas Carolina Escada e Patrícia Landau ganhou bancada em laca branca sob a janela, que faz as vezes de aparador e armário, com portas de correr. No futuro, abrigará uma minibiblioteca.
“A ideia era criar um mobiliário multiuso, que se encaixasse sob a janela. A maior preocupação, contudo, foi com a escolha do material. Os móveis coloridos desbotam quando são expostos aos raios solares. O mesmo acontece com a mas, que não pode ser molhada”, acentua Patrícia.
Para a arquiteta Bia Wolff, do escritório Maurício Nóbrega, esse tipo de solução é uma maneira de “vestir a parede”, integrando a janela à decoração. No projeto de um espaço gourmet, a bancada de mármore serve de apoio para o preparo das refeições, com direito a uma pia. As laterais ganharam estantes em laca branca; e a base virou um armário imperceptível, com gavetas e portas escondidas por trás de bambu prensado. Sobre a janela, uma prateleira corre o ambiente de ponta a ponta.