
Com a expectativa de alta da Selic, que está em 8,75% ao ano e segundo o mercado, pode chegar a 11,25% até o fim de 2010, os recursos da caderneta de poupança destinados ao crédito imobiliário podem ser prejudicados. Em março, a captação da poupança (depósitos menos saques) caiu à metade, para R$ 538,1 milhões, em relação a fevereiro, enquanto os fundos de renda fixa, seus competidores diretos, registraram captação positiva de R$ 5,5 milhões em um mês.
A poupança ganhou visibilidade em 2009, devido às sucessivas quedas da Selic, que remunera os fundos de renda fixa. Com a cobrança de taxa de administração e de impostos, estes fundos ficavam atrás das cadernetas em retorno líquido, cenário que muda com a Selic em alta. Com a expectativa de aumento dos juros, de acordo com alguns analistas do mercado, os fundos de renda fixa e, especial, as aplicações pós-fixadas, podem ficar mais atrativos aos investidores que a poupança.
Segundo o diretor da Reit Soluções Financeiras Imobiliárias, Mauricio Visconti, o aumento da Selic não deve causar impactos, a curto e médio prazos, nas operações de crédito imobiliário com recursos da poupança.
“A elevação da taxa Selic é muito pequena. O impacto da taxa de administração nos fundos de renda fixa faz com que esse tipo de investimento seja ainda menos vantajoso do que a caderneta de poupança. A mudança deste cenário só deve acontecer se a Selic alcançar os 12%. Aí, sim, poderá haver migração para outras aplicações”, encerra Visconti.
Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, apesar dos riscos de migração para outras aplicações que não a caderneta de poupança, outras fontes poderão dar conta do mercado.
“O Brasil deve entrar num ciclo de aperto monetário. O Banco Central está subindo os juros para conter o consumo. Com isso, os fundos de investimento se tornam mais atrativos em relação a poupança, o que gera riscos, sim, de migração para outras aplicações. Se isso acontecer, o capital disponível para aplicação nas operações de crédito imobiliário seria reduzido”, diz o economista.
Além da poupança, que é obrigada a destinar 65% de seus recursos para financiamento imobiliário, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é outra fonte de recursos para os empréstimos habitacionais. Em relação a esta fonte, assim como os recursos próprios dos bancos, Rabi afirmou que não existem riscos.
“O FGTS acompanha o mercado de trabalho formal, que hoje está bastante aquecido. Com isso, o saldo do FGTS cresce e consequentemente faz com que não haja riscos de esgotamento de recursos do fundo de garantia”, explica.
Para o diretor da Reit Soluções Imobiliárias, Mauricio Visconti, no entanto, o aumento da Selic não causará impactos, a curto e médio prazos, nas operações de crédito imobiliário com recursos da poupança.
“A elevação da taxa Selic é muito pequena. O impacto da taxa de administração nos fundos de renda fixa faz com que esse tipo de investimento seja ainda menos vantajoso do que a caderneta de poupança. A mudança deste cenário só deve acontecer se a Selic alcançar os 12%. Aí, sim, poderá haver migração para outras aplicações”, encerra Visconti.
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