Nas páginas de Machado de Assis a Glória é um tranquilo bairro da zona sul carioca. Hoje em dia, uma das ruas citadas pelo famoso escritos brasileiro em obras como “Dom Casmurro”, a rua da Glória, é bastante movimentada e a principal da região. Mas o bairro, que fica entre o Catete e a Lapa, foi capaz de conservar algumas características do passado. Basta um breve passeio pela Mureta da Glória e pelas as ruas internas do lugar, a Cândido Mendes e Benjamin Constant, que dão acesso a Santa Teresa, para comprovar.

A Glória é pequena, bastante central, com muitas opções de transporte para qualquer canto da cidade. A estação Glória do metrô – com paredes revestidas em mármore carrara -foi a primeira a ser inaugurada no Rio, ligando o local à Cinelândia, no Centro. Destaca-se a grande quantidade de comércios e empresas, principalmente na rua da Glória, citada acima. As demais ruelas e avenidas são residenciais, sempre muito arborizadas e com prédios não muito altos, sobrados e casarões. Moradores podem fazer compras em duas feiras-livres, uma aos domingos, na avenida Augusto Severo, e outra às quintas-feiras, na rua Conde de Lages.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o bairro de classe média-alta tem 9.661 moradores, com renda média de R$ 2.873.
Apesar de o comércio local ser vasto, há apenas um colégio no bairro, o tradicional Angelorum. Em relação à saúde, o único hospital à disposição de quem mora na Glória é a Beneficência Portuguesa, localizado na rua Benjamim Constant. A Marina da Glória, aberta em 1979, abriga iates e embarcações da cidade e ainda possui um complexo para eventos e shows. Dali saem passeios pela Baía de Guanabara.

O bairro foi aterrado ao longo das décadas. Quando as avenidas começaram a ser construídas, os edifícios eram claramente inspirados na cidade de Paris, na França. A lindíssima Praça Paris, projeto de 1926, é um dos maiores símbolos da tal inspiração.
A Glória teve seus tempos áureos no início do século XX. Na rua da Glória o destaque era a Pensão Suissa, uma hospedaria da época. À frente da construção, em 1905, foi erguida a chamada mureta, que até hoje ostenta um bonito relógio, ainda em funcionamento. Em 1922, o tradicional Hotel Glória foi levantado e funcionou por anos na rua do Russel. O prédio do antigo cinco estrelas, situado entre a Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro e o Parque do Flamengo, foi comprado em 2008 pelo empresário Eike Batista, mas a reforma não foi concluída. Apesar de a obra estar parada, a reabertura está prevista para o ano que vem, quando começam os Jogos Olímpicos da cidade.
Outro símbolo do bairro é Morro da Glória ou Outeiro da Glória. O local onde está a Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro, construída por volta de 1714, era um dos mais importantes da cidade. Segundo historiadores, com a ocupação da cidade pelos portugueses, foi ali que se firmou o domínio do povo europeu.
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