
Uma onda de lançamentos espalhados pelas cidades no entorno da Grande São Paulo e pelo interior do Estado tem voltado o ‘faro’ financeiro dos investidores no mercado imobiliário para o setor de loteamento. Atraídos pelos preços acessíveis dos lotes, retorno seguro do capital aplicado e pela rápida valorização do terreno, empresários de diferentes segmentos estão adquirindo terras nas regiões em desenvolvimento com base em boas perspectivas futuras.
A Associação das Empresas de Loteamento de Desenvolvimento Urbano do Estado de São Paulo (Aelo) estima que cerca de 30% dos 120 mil lotes vendidos por ano são adquiridos por investidores. Com a expansão gradual de algumas cidades interioranas, o investimento público e privado na malha rodoviária e a migração da classe média-alta paulistana para as regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, esse percentual deve crescer ainda mais nos próximos anos.
“Quando tem um lugar onde se investe em infra-estrutura, ele logo se valoriza, e os lotes sobem de preço muito rápido. Por isso, se a pessoa tem algum dinheiro em caixa e quer fazer um investimento com segurança, ela pode comprar um lote que terá uma poupança tranqüila”, atesta o presidente da Aelo, Luiz Eduardo de Oliveira Camargo.
Ele conta que os loteamentos com melhor estrutura e que oferecem mais recursos aos moradores são os que mais se valorizaram e em menos tempo. Segundo Camargo, o rendimento de um lote chega a 20% ao ano. “A rentabilidade está boa e tende a melhorar. A venda no mercado está bem aquecida, a procura por lotes está aumentando. Existe uma onda positiva”, acrescenta.
De acordo com o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, a valorização dos lotes aumenta conforme a empresa loteadora avança nas fases de entrega do empreendimento e os proprietários começam a erguer suas casas. “Com cerca de 30% dos lotes vendidos, o proprietário já começa a perceber a valorização. Sem dúvida, é uma excelente forma de investir dinheiro”, afirma.
Até por isso, explica o sócio-diretor da Extrema Empreendedores Imobiliários Arthur Matarazzo Braga, a vantagem é adquirir o lote ainda no pré-lançamento ou lançamento do empreendimento. “Aqueles que compram no lançamento podem economizar até 20% em média. Já o lucro, depende do desenvolvimento do loteamento. Mas os ganhos chegam a 30% ao ano em valorização”, assegura.
Segundo o presidente da Aelo, Luiz Eduardo de Oliveira Camargo, 60% dos lançamentos de loteamentos fechados – aqueles de alto padrão – se concentram nas regiões de Campinas, Sorocaba e Atibaia. Alguns empreendimentos chegam a apresentar 600 lotes, que variam de 250 a mil metros quadrados cada.
Cidades localizadas mais a oeste do Estado também não ficam atrás. De acordo com o diretor comercial Caio Portugal,da GP Desenvolvimento Urbano, incorporadora de loteamento com forte atuação nos municípios de Cotia, Vargem Grande Paulista, São Roque e Mairinque, novos empreendimentos estão atraindo pequenos investidores de diversas áreas de São Paulo. Como exemplo, ele cita o conjunto de 570 lotes Vila D’Este, em Cotia. “Só nesse empreendimento, nós temos cerca de 20 investidores, alguns deles com até quatro lotes”, exemplifica Portugal.