
Mais do que uma área verde – ou estilizada – o jardim de inverno é um local de contemplação. E precisa estar, necessariamente, em sintonia com a decoração. Na maioria das vezes, eles ampliam a sensação de espaço, integram os ambientes e, de quebra, ainda fornecem luz natural e ventilação. Antes restrito a casas, hoje ele ganha formas e vegetação sob medida para cada projeto.
A designer de interiores Angela Barquete aproveitou a reforma de um imóvel para criar dois jardins. Um deles pode ser visto do hall de entrada e do quarto de hóspedes, o outro serve de cenário para a sala de jantar e o lavabo. Um luxo que só foi possível graças ao aproveitamento da área comum de ventilação do prédio, antes inutilizada:
“Os jardins são conceituais, adaptados ao estilo de vida dos moradores, que viajam muito. Mas podem sofrer interferências. Em dias de festa ganham orquídeas. A cobertura, de vidro leitoso, é apenas parcial para que haja ventilação.”
Um painel, emoldurado por vidro laminado, e uma passarela de madeira compõem o jardim principal, que ganhou piso de pedras brancas e a madeira reciclada de um ipê, que remete a imensos galhos.
Mas quando não há espaço disponível dentro do imóvel, uma ótima opção é adaptar um cantinho da varanda. Foi o que fez a paisagista Ana Luiza Rothier no apartamento da arquiteta Ana Luiza Jardim. Uma das laterais da varanda ganhou uma cerca viva, emoldurada por uma parede feita de bambu. E a escolha das espécies obedeceu as imposições impostas pela pouca incidência de luz natural e sol.
“A ideia era criar um espaço verde e interativo, mesclando sala e jardim. O resultado agradou em cheio. Apesar da ampla sala de estar, o jardim de inverno virou o local mais disputado da casa. Antes, o espaço era pouco frequentado por conta da vista devassada”, diz a paisagista.
A arquiteta Carmen Mouro, por sua vez, transformou o prisma de cobertura onde já havia uma jabuticabeira, num jardim de inverno integrado à sala de lazer da família. O espaço, que tem cerca de nove metros quadrados, ganhou duas molduras de madeira maciça de onde brotam bromélias e orquídeas. À noite, elas são iluminadas por refletores de luz âmbar, que ficam presos a uma viga, no teto:
“No chão, optei por usar palmeiras cica (ou sagu, como é popularmente conhecida), muito utilizadas no paisagismo graças às suas formas de escultura.
Criar um espaço para estar e não apenas para decorar. Esse era o intuito da paisagista Ana Iath ao reformar uma casa que exibia, no terreno dos fundos, uma árvore frondosa. Ela, aliás, foi o ponto de partida para o jardim, que ganhou um muro verde repleto de samambaias, alpínas, bromélias e lírios da paz, que exalam um aroma suave.
“Por ser uma área de sombra, o segredo está na escolha das espécies. Optei por mantê-lo sem cobertura para favorecer a iluminação e não torná-lo muito úmido. Daí, é só deitar na espreguiçadeira e relaxar”, conclui Ana.
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