Brasília – Quase dois meses depois, o programa “Minha casa, minha vida” – uma das principais bandeiras do governo do Lula – ainda não deslanchou quanto à liberação de recursos. Entre 13 de abril e 5 de junho, foram encaminhados à Caixa Econômica projetos destinados ao financiamento de 68.724 unidades, no valor de R$ 4,6 bilhões, segundo levantamento obtido pelo GLOBO.
O número representa 6,8% da meta de um milhão de casas previstas. Mas o valor das contratações no período foi de apenas R$ 696 milhões, referentes a 10.123 moradias, entre novas e em construção – 1% do milhão. É o que mostra reportagem de Geraldo Doca e Gustavo Paul para o Morar Bem deste domingo.
A secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, admite que o valor das contratações ainda é baixo, mas o justifica, dizendo que o andamento do programa está dentro do esperado, por se tratar de projeto novo. Tem também como objetivo, explicou, induzir o setor privado a construir casas para as camadas de renda mais baixas da população:
“Muitas empreiteiras estão remodelando seus produtos para atender ao segmento. Tenho avaliação bem positiva de que o “Minha casa” está conseguindo mobilizar todos os atores envolvidos, como prefeitos, governadores e empresários.”
A expectativa dos empresários é que, até setembro, mais 180 mil unidades ingressem no sistema, aumentando para 25% o número de habitações inscritas no plano. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, o setor privado está respondendo bem aos incentivos do governo. A burocracia da Caixa Econômica Federal, por exemplo, já reduziu o número de procedimentos de 254 para apenas três no processo de liberação de crédito.