
Turbinas que geram eletricidade a partir da força do vento e placas que transformam a energia solar em elétrica, além de terraços-jardins, sistemas de ventilação cruzada e de espelhos d’água, que ajudarão a manter a construção em boas condições climáticas. Todos esses elementos — que até pouco tempo soavam como devaneios de ambientalistas lunáticos ou de arquitetos exibicionistas — agora se multiplicam por edifícios mundo afora.
A sustentabilidade na arquitetura foi o tema de uma pesquisa do arquiteto Sérgio Caldas, apresentada durante palestra no I Salão do Imóvel do Rio. Caldas fez um paralelo entre o que se produz em território nacional e o que se faz no exterior — o Brasil, embora esteja engatinhando nesse quesito, garante ele, tem projetos no nível dos países de Primeiro Mundo.

‘Princípios do modernismo estão sendo resgatados’

Entre as edificações prontas — a maioria está começando a ser construída — está o Terminal 4 do Barajas, o Aeroporto Internacional de Madri, inaugurado em 2006. O arquiteto Richard Rogers apostou na economia de energia, sem que o cliente tivesse encomendado critérios sustentáveis. Assim, o telhado ondulado, revestido de bambu (considerado ecológico, por ser auto-renovável) tem áreas com grandes clarabóias, maximizando a luz natural, e outras em que círculos de aço refletem e espalham a luz de luminárias viradas para o teto, reduzindo o uso de lâmpadas.

— Durante anos, o aproveitamento dos recursos naturais foi deixado de lado por causa do entusiasmo com sistemas de iluminação e de refrigeração cada vez mais modernos. Até academicamente: na faculdade, só tive uma disciplina de conforto ambiental. Agora, a arquitetura resgata princípios do modernismo, como a ventilação cruzada e os terraços-jardins — ressalta Caldas.