
“Antigamente, os aparelhos usavam uma imitação de madeira, pareciam um painel de carro velho pendurado na parede.” A constatação de Gerson Robaina, gerente geral da Casa Carrier, um dos maiores fabricantes de ar-condicionado, mostra que os aparelhos também tiveram de se adaptar à decoração dos imóveis.
Cada vez mais presente no cotidiano das famílias, o ar-condicionado agora pode até mudar de cor para se adaptar à pintura das paredes ou dos móveis. “A Carrier tem lojas especializadas que pintam o aparelho da cor que o cliente quiser. Se o quarto for todo rosa, por exemplo, o ar condicionado também pode ficar assim”, assegura Robaina.
Ao pesquisar as tendências modernas de decoração, os fabricantes descobriram que a melhor maneira de conquistar os consumidores é produzir equipamentos que saem em cores mais suaves – branco ou prateado. O tamanho também diminuiu, e o nível de ruído, uma das reclamações mais recorrentes, tem sido minimizado mesmo nos aparelhos de peça única.
Posicionamento
A cor não é o único quesito avaliado por quem deseja comprar um aparelho de ar condicionado. O lugar em que a saída de ar será colocada também deve ser planejado, e nem sempre o local escolhido é o ideal.
“Houve o caso de um cliente que instalou um ar-condicionado no quarto, numa altura baixa. Ainda por cima colocou uma cama de casal em frente à saída do ar frio, que batia no colchão e voltava para dentro do aparelho. Havia uma espécie de curto-circuito e o equipamento, mesmo com uma potência elevada, não era capaz de solucionar o problema”, exemplifica Robaina.
A altura mínima para a instalação, independentemente se o aparelho é de janela ou split, é de 1,5 metro em relação ao chão. Abaixo disso, a possibilidade de se criar áreas quentes dentro do ambiente é muito grande.
“O ar frio é mais pesado que o ar quente, e, se o equipamento estiver próximo ao chão, o ar não vai subir, e apenas a área das pernas é que serão refrigeradas”, explica Alberto Hernandez Neto, engenheiro mecânico e professor da Escola Politécnica, da USP.
No caso do modelo split, consertar uma instalação mal feita é mais simples do que se o ar comprado for do tipo de janela, que exige a abertura de um buraco na parede. “Nesse caso, o melhor a ser feito é fechar aquele rombo e fazer um novo, na altura adequada e com a orientação de um profissional”, aponta Robaina.
Na opinião do consultor, um dos principais papéis dos técnicos é justificar aos usuários a impossibilidade de contemplar todos os desejos estéticos em prol da melhor eficiência do sistema de refrigeração. “Pequenos detalhes de posicionamento são importantes para conseguir o efeito desejado. Às vezes, o cliente tem a expectativa de colocar o aparelho em um determinado lugar, mas existe uma limitação técnica.”Acertadas as diretrizes da instalação, em pouco tempo, todo o sistema estará pronto para ser utilizado. Em média, um dia de serviço é suficiente para completar todo o trabalho necessário.
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