
O lançamento de imóveis destinados à classe média não traz vantagens apenas no preço das unidades, mas também ao
próprio financiamento. Para conquistar o consumidor, as construtoras e incorporadoras reduziram a burocracia para aprovar a compra e baixaram também a renda familiar exigida. Além disso, é possível pagar prestações mensais a partir de R$ 198.
Um exemplo disso é o caso da Tenda, uma das primeiras empresas a investir no segmento econômico. A construtora fabrica empreendimentos comunidades entre R$ 60 mil e R$ 120 mil, e atende principalmente clientes casados, na faixa dos 30 anos e com renda familiar entre quatro e dez salários
mínimos (R$ 1.520 e R$3.800). “São pessoas que buscam
o primeiro imóvel. Para facilitar, exigimos um sinal de R$ 1 mil e cobramos prestações a partir de R$ 240”, disse o diretor executivo da empresa, André Vieira.
Para comprovar a renda, também não é necessário apresentar
holerite – o consumidor pode entregar extratos bancários, fatura de cartões de crédito ou qualquer outro comprovante que mostre a movimentação financeira.
A Cyrela também decidiu entrar na briga pelos consumidores
da classe média há um ano, quando lançou a linha Living. Atualmente, a empresa está com 15 produtos à venda, totalizando três mil unidades com valores entre R$ 55 mil e 150 mil: com prestações mensais a partir de R$ 198.
A FIT Residencial trabalha com clientes em uma faixa de renda semelhante, mas já consegue financiar imóveis populares na planta para quem ganha a partir de três salários mensais.
A Olá, do grupo Klabin Segall, exige uma renda mais alta: entre R$ 2,7 mil e R$ 4,3 mil. “O teto do comprometimento da renda corresponde a um terço do salário, mas preferimos que a pessoa destine apenas 25%”, argumentou o diretor de vendas emarketing da empresa, Paulo Porto.
Oportunidade
A babá e governanta Maria das Graças Rodrigues, 48 anos, está ansiosa para receber as chaves do apartamento que comprou no Aricanduva (Zona Leste). Fabricado pela construtora Tenda e oferecido por R$88 mil, o imóvel será entregue em dezembro do próximo ano. “Vendi um carro e juntei as economias para dar uma entrada de R$ 20 mil. Agora, pago parcelas de R$ 500”, disse.
Exigência das empresas
Renda mínima
>> Parte dos imóveis populares é destinada a consumidores com renda familiar mensal a partir de três salários mínimos
(R$1.140)
>> Porém, a maioria das unidades exige renda superior
a quatro salários (R$1.520)
>> O valor exigido varia de acordo com a construtora
ou incorporadora
Prestação
>> É possível encontrar opções com parcelas mensais a partir
de R$ 198
Valor final
>> Os imóveis chamados econômicos custam entre R$ 80 mil e R$120 mil
>> Os imóveis populares custam de R$ 50 a R$ 60 mil