Rio de Janeiro – O ano começou tímido, com o mercado imobiliário temendo os reflexos da crise financeira. Mas na contramão das empresas que optaram por adiar lançamentos, o ânimo do consumidor manteve-se inabalável em 2009.
A expectativa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de um novo recorde. O ano deve terminar com 310 mil imóveis financiados apenas com dinheiro da poupança – 16% acima das 267 mil unidades do recorde de 1981 -, gerando R$ 32 bilhões em empréstimos para compra da casa própria. O volume negociado supera em 6,6% o de 2008.
Nesse ritmo, para 2010, a projeção é bastante otimista. O presidente da Abecip, Luiz Antonio França, está prevendo um crescimento de 50% em crédito, com financiamento de 400 mil unidades:
“A crise impôs um freio às empresas, que seguraram lançamentos com medo de um recuo no mercado. Mas em contrapartida, cresceu a demanda no segmento de pessoa física. Hoje, a relação crédito/PIB no Brasil é de 2,9%. Nos países mais $, ultrapassa 45%. Ou seja, a base ainda é muito pequena, por isso teremos um crescimento acentuado.”
Ainda segundo França, o brasileiro está percebendo cada vez mais as vantagens do crédito imobiliário, cujas taxas são mais atraentes que as demais modalidades.
“Houve inclusive uma mudança de comportamento. Hoje, o consumidor está reduzindo o valor da entrada do imóvel e usando parte do orçamento destinado a ela para financiar outros gastos, como a própria mobília, decoração. Além do mais, os bancos privados estão com muita vontade de atuar no segmento.”