A instabilidade vivida pela seguradora AIG, que recebeu na semana passada empréstimo de socorro do governo norte-americano de US$ 85 bilhões para não quebrar, pode promover mudanças no setor dentro do País. Na avaliação de especialistas, a fragilidade de grupos internacionais deve gerar um novo ciclo de consolidações no Brasil, com os grupos nacionais comprando estrangeiros.
O ex-presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Renée Garcia, diz que este movimento se daria por causa da necessidade dos grupos internacionais de levantar recursos para reduzir perdas com a crise. “O Brasil é uma praça interessante para eles porque não enfrenta crise no setor de seguros. As estimativas são muito boas para os próximos anos.”
A mesma avaliação é feita pelo especialista em seguros Alexis Cavicchini. Ele destaca que, como a crise está muito associada aos Estados Unidos, as empresas nacionais podem se beneficiar, desde já, com o fato de o consumidor se sentir mais confortável em ter seus bens segurados por grupos brasileiros.
Unibanco
Na avaliação de Cavicchini, o Unibanco tentará, no curto prazo, desassociar sua imagem da AIG. “A perda de clientes pode não acontecer agora, mas quando os contratos começarem a vencer. Por isso, a marca Unibanco deve ganhar mais espaço, enquanto a AIG, perder.”