
A escassez de fiador provocou nos últimos dois anos aumento de 67% no uso do seguro-fiança em São Paulo, de acordo com levantamento da Lello, que administra cerca de 8 mil imóveis para locação. No ano passado, a modalidade de garantia abrangeu 26,09% dos novos contratos de locação, contra 17,37% em 2007 e 15,56% em 2006.
Já a utilização de fiadores caiu 9,57% no período. Os contratos de locação com caução em dinheiro, caução em imóvel, carta fiança e fiança bancária também tiveram queda – de 23,38%.
Para Roseli Hernandes, gerente de locação e vendas da Lello, o aumento do seguro-fiança para aluguéis reflete um fator comportamental: uma maior independência dos locatários. “As pessoas não querem mais pedir favor a alguém, apesar de o fiador ser a única garantia gratuita. Quem tem poder aquisitivo prefere pagar”, explica.
Ela lembra que o uso do seguro é novo. “A modalidade teve uma grande evolução em dez anos e é bem aceita. Quem não tem familiar com perfil e renda adequada para ser fiador pode optar por ele.”
O seguro fiança pode ser visto como um tipo de 13º aluguel. O preço varia dependendo do grau de cobertura, que pode incluir o condomínio e até conta de água. “Se abranger mais coberturas encarece mais, mas, em média, a cobertura equivale ao preço de mais uma parcela do aluguel no ano. Renovado, não há pagamento de prêmio”, explica Roseli.
Mesmo ocupando o 2º lugar entre as modalidades de seguro na pesquisa, o seguro está longe de alcançar o uso do fiador, que abrange 61% dos contratos.
Cada empresa adota um critério para a cobrança do seguro-fiança, que pode ser pago à vista ou parcelado para não onerar o proprietário.
As outras modalidades, na visão de Roseli, são mais arriscadas e, consequentemente, menos aceitas pela administradora. “O caução em dinheiro recai sobre três aluguéis. Se houver necessidade de despejo, o locatário pode não cumprir o período”, explica.
Já a fiança bancária é restrita pelo banco, que geralmente não aceita renovações. “O banco não tem perfil de seguradora”, lembra Roseli.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) publicou em dezembro a resolução 202,que proíbe a contratação de mais de um seguro de fiança locatícia para o mesmo contrato de locação. Também define que a vigência das coberturas seja equivalente ao prazo do contrato de locação.
NÚMEROS DO SEGMENTO – 67% de crescimento foi o aumento do uso do seguro fiança nos contratos de aluguéis nos últimos dois anos.
26,9% do total de contratos é quanto o seguro fiança representou no ano passado.
9,57% de uso do fiador é quanto essa modalidade de garantia caiu proporcionalmente no período.
61% do total de contratos é quanto ainda representa o uso do fiador nas locações.
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