
A vida moderna, com todas as suas facilidades, impôs ao carioca uma taxa de condomínio que pesa – e muito – no orçamento. As badaladas áreas de lazer de hoje requerem quadros de funcionários dignos de empresas. A manutenção, claro, também pesa nessa conta, assim como as despesas com segurança. No Flamengo, paga-se de condomínio por um dois-quartos 27% do valor do aluguel. Na Barra, essa proporção é de 24%.
Segundo o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, só os custos com a folha de pessoal somam 36% dos gastos de um condomínio. Daí, quanto mais funcionários, maior será o valor a ser pago por mês.
“Tamanha comodidade tem o seu preço e ele influencia diretamente na hora de se alugar ou comprar um imóvel. Por isso, o fato é que as construtoras ampliam o número de unidades de seus empreendimentos também para equilibrar o custeio dessas despesas.”
No Méier e na Tijuca, a proporção do condomínio em relação ao aluguel é ainda maior: 55% e 38%, respectivamente. É que, nesses bairros, menos nobres, o valor da locação é menor, mas os gastos que pesam na taxa de condomínio são os mesmos que os das demais regiões.
“Enquanto o preço do aluguel oscila em função do mercado, os gastos com mão de obra, taxa de administração, água e luz não mudam. São iguais em Ipanema, Botafogo ou Méier”, diz Schneider.
A pesquisa começou a ser feita recentemente pelo Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio) e será apresentada, nestas terça e quarta, na Feira Secovi Rio de Condomínios, no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova.
Vice-presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) Fernando Schneider destaque que o peso do condomínio era era ainda maior antes do recente boom imobiliário.
“Como os alugueis subiram muito, essa proporção diminuiu.” Uma pesquisa feita por Washington Rodrigues, gerente-geral de Condomínios da administradora Apsa, aponta que, no primeiro semestre deste ano, o valor do condimínio subiu 10% nos bairros da zona Sul. Na Barra da Tijuca, a variação foi de 3,2% e, na zona Norte, de 4%.
“Essas altas podem ser ainda maiores neste segundo semestre porque a data-base para aumento de salários dos funcionários de condomínios é julho e ainda houve acordo. Definido o reajuste, o pagamento terá que ser retroativo”, explica ele.
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