
A planta básica da casa brasileira tem sala, quarto, cozinha, banheiro e, para espantar o calor, varanda. Que por falta de espaço subiu para a laje. “Fica sendo o espaço de lazer da família, com plantas, varal, churrasqueira. É a repetição, pela sabedoria popular, do conceito de teto-jardim de Le Corbusier”, explica o arquiteto Juan Villá. “Além de expandir o espaço, a cobertura recebe ventilação e melhora o conforto do ambiente logo abaixo dela”, diz Silva Chile, também arquiteta.
O casal percorreu o Brasil procurando o desenho da casa tipicamente brasileira. “Encontramos telhado descolado no litoral a partir do Rio de Janeiro em direção ao Norte e, surpreendentemente, nas montanhas de Minas Gerais. É tão comum como lareira na Europa”, conta Villá, que junto com a esposa aplicou o conceito em dois projetos: uma casa de veraneio no litoral Norte de São Paulo e em um conjunto habitacional em Cotia.

“O empreiteiro tinha orçamento, já fechado, de R$ 1,5 mil por unidade.O telhado descolado ficou em R$ 1 mil”, diz. Os valores são de três anos atrás, mas Silvia detalha o material. “Telha metálica, em aço zincado.” Que pode ou não ter isolamento térmico. “Aí fica três vezes mais caro”, avisa Silvia.

Nos edifícios, Villá diz que o mais comum é a construção de coberturas, apartamento maior e mais luxuoso (leia mais em Imóveis 2). “O uso como espaço comum era moda nos anos 50, mas começa a voltar. No Japão e Nova York, por exemplo, os condomínios estão sendo obrigados a instalar jardins nas lajes.”